Plantar é preciso, viver não é preciso!

Muitos termos são usados na atividade rural que junta pessoas para um trabalho coletivo como: adjutório, gandaia ou mutirão! É uma prática milenar dos povos tradicionais. 

Mutirão agroecológico – juventude rural de Piatã
Foto: Rodrigo Wanderley

Modernamente, nas periferias das cidades, essa ação é feita para bater laje e, em seguida, a feijoada, comemorando o feito e alimentando todos, tanto fisicamente quanto espiritualmente, como um ato ancestral.

Há um ano atrás, em plena pandemia, um grupo de jovens das comunidades rurais de Piatã se reuniu na comunidade rural da Malhada, na Fazenda For de Café para participarem de uma oficina sobre sistema agroecológico agroflorestal, com o querido João Paulo, do Projeto Copaíba. Foram dois dias intensos de muita conversa, muito aprendizado e muita atividade na horta. Plantamos milho, banana, couve, feijão, enfim, um canteiro de diversidade. 

Fotos: Rodrigo Wanderley

A partir desta iniciativa, foi pensado um outro mutirão para uma outra localidade. Inicialmente fomos para a comunidade da Bocaina, depois para o Barreiro, Ressaca, Mocó, Falhado e fomos juntando, assim, as jovens e os jovens dessas comunidades rurais e o conhecimento dos mais velhos, que sempre chegam para ver o que essa meninada está fazendo. Esses encontros são tão ricos, cheios de troca de saberes, troca de sementes e de mudas, e muita conversa boa.

Fotos: Rodrigo Wanderley

Iniciamos com uma caminhada pela região, em geral, até as áreas de nascentes e rios. Chamamos de caminhada de observação. Solo, clima, árvores, animais, pássaros, insetos, umidade, relevo convexo ou côncavo. O que esses elementos nos dizem? O que nosso coração sente? Onde tem interferência humana ou não? O que nos conta cada espaço? Quando voltamos dessa caminhada, compartilhamos nossas percepções e, a partir de então, vamos para a prática.

Fotos: Rodrigo Wanderley

Enxadas, facão e pás na mão! Construir canteiros, selecionar as sementes, preparar os berços e plantar! Trocando a energia telúrica, cósmica e da juventude que tem sede de saber! Mas com que objetivo essas e esses jovens se juntam num domingo por mês? 

Plantar é preciso, viver não é preciso!

Foto: Rodrigo Wanderley

Parodiando o grande poeta português, Fernando Pessoa, estamos vivendo tão imprecisamente, tão loucamente no meio de uma pandemia, com a fome batendo em nossas portas, num momento político totalmente impreciso, que se torna necessário que plantemos para nos abastecermos e abastecermos nossos vizinhos!

Alimentos bons, justos e limpos para todos é o que essa juventude quer! 

por Brígida Salgado


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